terça-feira, 17 de julho de 2012

UMA LIGA CHAMADA ESPERANÇA - AUTORIA DE CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.

UMA LIGA CHAMADA ESPERANÇA

Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

A cidade de Natal deve comemorar no dia de hoje, os 63 anos de funcionamento da LIGA NORTE-RIOGRANDENSE CONTRA O CÂNCER, estabelecimento referência para o nordeste do Brasil, no tratamento contra doença tão agressiva.

Iniciada há décadas pela iniciativa de uma médica pioneira - Dra. Maria Alice Fernandes, aos poucos tomou corpo e transformou-se no exemplar complexo médico-hospitalar, que representa a esperança de vida de tantos potiguares e nordestinos.

Composta por cinco unidades – Centro Avançado de Oncologia, Hospital Luiz Antônio, Policlínica do Alecrim (Hospital Prof. Luiz Soares), Casa de Apoio Irmã Gabriela e Hospital de Oncologia do Seridó, a LIGA oferece um atendimento democrático, contemplando em suas ações ricos e pobres, com a mesma eficiência e isonomia.

Sou usuário da Liga, onde fiz eficiente tratamento radioterápico, o qual mantenho, anualmente o controle, e assisti nos meses em que ali fui atendido, o desvelo dos seus profissionais, acompanhando os pacientes de uma forma carinhosa, reduzindo suas dores e ampliando a sua coragem em busca da cura.

Lembro-me dos telefonemas das atendentes para pessoas carentes indagando do não comparecimento para o tratamento e, ao ter ciência da resposta da causa- falta de transporte, elas retrucavam com veemência de que mandariam imediatamente providenciar o transporte e que sempre que a situação se repetisse, o paciente deveria telefonar para a solução imediata.

Esse comportamento era constante e o atendimento feito com absoluto respeito aos usuários, independentemente de sua condição social ou financeira, dando-nos uma sensação de consideração ao ser humano em sua total dimensão. Parece até que estamos em outro mundo!

A cada ano aumenta o número de atendimentos, daí a preocupação para que haja um volume maior de colaboradores para que não caia a qualidade no atendimento.

A Liga dispõe de serviços de radioterapia, medicina nuclear, diagnóstico por imagem, quimioterapia, imagem molecular, ambulatórios, laboratório de citologia, de patologia clínica, consultórios odontológicos, leitos de UTI e internação, salas de cirurgia, a par de um corpo médico, assistencial e de enfermagem realmente de notável valor. Grande número de pessoas da sociedade oferta sua colaboração, servindo água, café ou chá, fazendo campanhas nos supermercados, numa demonstração de solidariedade humana sem igual.

Resta agora pressionar os nossos parlamentares para uma maior atenção a esses serviços essenciais à saúde do povo e, rogar aos particulares que ingressem na corrente de colaboradores voluntários, indispensáveis à sobrevivência desse serviço, que significa a esperança de uma melhor qualidade de vida.

PARABÉNS A TODOS OS QUE FAZEM A LIGA DA ESPERANÇA. DEUS PROTEJA ESSA CASA DE AMOR.

domingo, 15 de julho de 2012

(ENTRE PARÊNTESES) - AUTORIA DE CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.

(ENTRE PARÊNTESES)

Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor



Com essa denominaçao "Entre Parênteses", colaborei por muito tempo com o jornal OAB Notícias, periódico que criei há mais de 30 anos e que, graças a Deus, até hoje é preservado, embora agora em forma eletrônica.

Apesar de estar com problemas de formatação em meu "blog", vou voltar a escrever os meus artigos com a denominação que criei, sempre seguido do temário a ser abordado em cada instante.

HOJE O TÍTULO É: O ESTADO CALAMIDADE

Nunca assisti no Rio Grande do Norte um período tão precário quanto o que agora vivemos. As deficiências explodem em todos os segmentos, mercê de uma absoluta falta de prioridades, gastando-se dinheiro com promoção do Governo, em que pese não haver recursos para honrar uma série de dívidas contraídas ou herdadas da gestão anterior.

A CAERN continua sem condições para atender às necessidades do Estado no tocante ao abastecimento de água, serviço de esgotos, drenagem, conserto de estradas, calamidade nos estabelecimentos de saúde, ações pífias no campo da segurança, educação ainda com a laterna na mão. Enquanto isso há uma forte emulação em torno da questão política, que não tem trazido para o Estado aquilo que se esperava, haja vista a proximidade de sediar uma parte dos jogos da Copa do Mundo de 2014 e, por conseguinte, tema sem merecer prioridade.

O Município de Natal está num estado lamentável, com incapacidade de resolver os problemas mais elementares, como tapar os buracos, evitar alagamentos, viabilizar a mobilidade urbana indispensável para o evento Copa, descontentamento dos servidores, destruição dos calçadões da praia, afugentando o turista e trazendo um retrato negativo para o futuro.

A culpa é coletiva - do empresário que somente espera receber benesses, da população que não aprendeu a cobrar, dos órgãos fiscalizadores inoperantes, pois aplicar multas, tão somente, não resolve nenhum problema.

ACORDA ELEITOR! Vamos mudar a cara dessa situação! Vamos comparecer às audiências públicas cobrar, protestar, sugerir e às reuniões políticas para discutir com os candidatos os seus projetos e não permitir o triundo da enganação e da mentira que continua comandando as ações partidárias. Em contrapartida assistimos a informação de enriquecimento desmedido ou inexplicável de candidatos que começaram ontem a sua carreira e já contabilizam fortunas.

VAMOS ORGANIZAR ESSA COISA DE UMA VEZ POR TODAS. NÃO PROCUREM DOS CANDIDADOS VANTAGENS PESSOAIS, MAS EXIJAM NOVOS RUMOS PARA NOSSA CIDADE E NOSSO ESTADO.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

NÃO RIA QUE É SÉRIO: FILOSOFIA E HUMOR NAS FRASES DE MARCELO.

NÃO RIA QUE É SÉRIO:
FILOSOFIA E HUMOR NAS FRASES DE MARCELO.


Horácio Paiva
Poeta e advogado
(horacio_oliveira@uol.com.br)


Natal, 25 de junho de 2012. Chove. Estou diante de Marcelo Rocha Coelho, o mesmo e o outro. O mesmo, há mais de quarenta anos, quando o conheci em Recife, na Agência Centro do Banco do Brasil, às cinco da tarde, na hora da poesia. Viera transferido de Brasília, que não suportara. “Uma cidade sem esquinas”, dissera-me, lembro-me (e deduzi: despida de bares de esquina, para alimentar sua veia boêmia). E começamos uma amizade interminável. A inteligência, a sensibilidade, o humanismo, a verve, e até sua inquietude, conquistaram-me. O liame da poesia, como sempre, fora essencial. E ainda hoje lembra e repete o poema Bach en Automne, do francês Jean-Paul de Dadelsen, que à época traduzi, e cujos versos iniciais dizem:

“Anjo da Melancolia
que posso eu contra ti?
Tu me conheces melhor
do que eu mesmo...”

Marcelo, o múltiplo, que não usou, a exemplo de Fernando Pessoa, heterônimos, é autor com estilo e escritos variados, onde se revela sensível observador da existência, interagindo com o meio social e humano, do qual é ator, testemunha e interlocutor. E daí extrai poemas, artigos, crônicas, ensaios e documentários que encantam.

Com formação acadêmica em engenharia civil, excelente calculista, nunca exerceu a profissão. Mas não é o primeiro, nem será o último matemático a dedicar-se à literatura. Apenas para citar dois outros exemplos: vemos, ao longe, o grande poeta e matemático persa, Omar Khayyam; e aqui perto, no mesmo Recife, temos (ou tivemos, porque infelizmente já faleceu) Joaquim Cardozo, o excelente poeta de “Congresso dos Ventos”, genial calculista que ajudou Niemeyer e Lúcio Costa na edificação de Brasília.

E o que não dizer de sua fase de locutor radiofônico, ainda bem jovem, nas emissoras de sua amada Caicó, na marcante década dos anos sessenta? Criativo - e fazendo jus ao dito de Ezra Pound, de que os artistas são as antenas da raça - foi o responsável pelo lançamento da música dos beatles naquela cidade. Aliás, embora nascido em Sousa, na irmã Paraíba, ousaria mesmo dizer que a sua alma de jovem e apaixonado formou-a Caicó...

Retratou e amou a província. Entretanto, não duvido: sua perspectiva é universal. Como Anaxágoras e Demócrito, filósofos gregos, a sua pátria é o universo. E aqui temos o outro Marcelo, o frasista exemplar, que surge em seu novo livro.

“NÃO RIA, QUE É SÉRIO!”, adverte o título. E ainda na capa, logo abaixo, a explicação: “Filosofia com toques de humor”.

Há uma ordem de assuntos no livro que se desenvolve em cabalísticos sete subtítulos capitais: “A luta desigual de cada dia”, “Encontro de contradições”, “Ver para descrer”, “Conclusões pouco edificantes”, “O horizonte à distância”, “A desunião do amor”, “A última sobrevivência”.

Imagino que a frase lítero-filosófica está para o ensaio assim como o hai-kai está para o poema. E às vezes esses pequenos ensaios frasísticos também são verdadeiros poemas, como essa bela frase de Marcelo Coelho:

“Eu posso desacreditar de quase tudo, mas ainda acredito que deve existir alguma coisa real que dá legitimidade aos sonhos.”

Anunciar e julgar são coisas distintas. E aqui faço o papel de profeta que anuncia o advento de mais um bom livro, cujas reflexões levarão o leitor ao tempo da consciência. Terá, pois, a oportunidade, esse leitor audaz, interagindo com a criatividade e o raciocínio, de vivenciar ou mesmo construir momentos que sobrepujam o consumismo e o imediatismo reinantes em nosso mundo atual.


Horácio de Paiva Oliveira.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A VIAGEM DO PASTOR POTIGUAR - AUTORIA DE CARLOS GOMES.

A VIAGEM DO PASTOR POTIGUAR

Carlos Roberto de Miranda Gomes, advogado e escritor

Dom Eugênio de Araújo Sales, é potiguar de Acari, filho de Celso Dantas Sales e Josefa de Araújo Sales (Teca) e irmão de Dom Heitor de Araújo Sales, arcebispo emérito de Natal e de Otto Santana, também homem de grande religiosidade. Nascido na Fazenda Catuana, foi batizado na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Guia, em Acari, no dia 28 de novembro de 1920. De família muito católica, era bisneto de Cândida Mercês da Conceição, uma das fundadoras do Apostolado da Oração na cidade de Acari. Sua trajetória religiosa o levou a vários lugares deste Brasil, até o arcebispado do Rio de Janeiro, onde viveu seus derradeiros dias. Como tantas pessoas nascidas no interior, também começou seus estudos em escolas particulares e somente depois em colégios regulares, como no caso, o Colégio Marista, indiscutivelmente uma casa de ensino que levou ao Brasil grandes nomes da nossa cultura e da vida ativa em variados segmentos. Sua vida religiosa data de 1931, quando ingressou no Seminário Menor, realizando seus estudos de Filosofia e Teologia no Seminário da Prainha, em Fortaleza nos idos de 1931 a 1943. A sua ordenação aconteceu no dia 21 de novembro de 1943, ao tempo em que Dom Marcolino Esmeraldo de Sousa Dantas era bispo de Natal. Daí em diante iniciou uma longa caminhada de fé, esperança e caridade, marcando presença em todos os lugares por onde passou e atuando de maneira pioneira e corajosa, atitudes que lhe garantiram conceito, ao ponto de ser apontado como um possível Papa, o que não aconteceu por fatores puco esclarecidos. Seu falecimento, aos 91 anos de vida, aconteceu na noite de segunda-feira, em sua residência no bairro de Sumaré no Rio de Janeiro enquanto dormia no dia 9 de Julho de 2012, deixando contesnados a cidade onde vivia, o seu Estado de origem – o Rio Grande do Norte, todo o Brasil e inúmeros países, que o reverenciaram e se fizeram presentes nas solenidades fúnebres. Tive vida ativa nas lides estudantis e no serviço público ao tempo das atividades de Dom Eugênio, mas não fui seu pupilo, embora acompanhasse sua trejetória de ações, pela serenidade e combate aos abusos oriundos de um regime de exceção, papel que procurei exercer, dentro das minhas insignificantes atribuições, porquanto não sendo militante de esquerda, tinha particular amizade com alguns e pugnava na Faculdade de Direito pela justificativa da falta às provas diante do assédio moral que aflorava naqueles tempos, com reiterados êxitos, pois a Congregação dos Professores compreendia a situação e autorizava que outras avaliações fossem aplicadas. Endosso todos os comentários feitos por seus parentes e amigos em edição especial do Novo Jornal e com eles comungo da mesma dor pela perda física do ilustre religioso, cujas ideias continuarão nos livros e documentos que ficarão arquivados para conhecimento da posteridade.

terça-feira, 3 de julho de 2012

RAIMUNDO NONATO FERNANDES - UM EXEMPLO DE ADVOGADO - POR CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.

RAIMUNDO NONATO FERNANDES - Um exemplo de advogado

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES
Membro Honorário Vitalício da OAB/RN
Membro da Academia de Letras Jurídicas do RGN,
escritor e ex-aluno.

O Estado potiguar perdeu neste dia 3 de julho uma das suas maiores inteligências, Professor e Advogado RAIMUNDO NONATO FERNANDES, natural de Pau dos Ferros, nascido no dia 26 de janeiro de 1918.
Iniciou seus estudos na sua terra natal e, enviado para Natal foi matriculado no Colégio Pedro Segundo. Contudo, as dificuldades financeiras da família obrigaram a tirá-lo para ingressar no tradicional Atheneu, considerada uma verdadeira Academia de Letras, onde terminou os seus estudos secundários, tendo entre os seus colegas de classe o pianista Oriano de Almeida.
Mudando-se para a cidade do Recife no ano de 1938, ali se preparou para o curso superior, conquistado na tradicional Faculdade de Direito do Recife, Turma 1944, abrigo dos jovens idealistas da nossa terra como Nestor dos Santos Lima, Caio Pereira de Souza, Hélio Barbosa de Oliveira, Rodolfo Pereira de Araújo, Paulo Gomes da Costa, entre outros.
Embora com fortes incursões no Direito Penal, em especial no Tribunal do Júri, teve a sua consagração mesmo na área do Direito Público, especialmente no Administrativo, cujos trabalhos se notabilizaram nas publicações em revistas especializadas, notadamente na do Tribunal de Justiça do Estado e Revista de Direito Administrativo.
Seu vasto conhecimento do Direito e da Filosofia Jurídica permitiu que também lecionasse as cadeiras de Introdução à Ciência do Direito, Ciência das Finanças, Direito Constitucional e Teoria Geral do Estado, cátedra que exerceu até 1981.
Registram os historiadores a sua colaboração, ainda estudante, na defesa de presos políticos em decorrência da Insurreição de 1935, ajudando os advogados Djalma Aranha Marinho e ao lado de Hélio Galvão e Antônio Soares Filho, redigindo pedidos de ‘habeas corpus’ para os insurretos.
Na vida funcional foi Oficial de Gabinete da Interventoria do Estado no período de 1942 a 1943 – Rafael Fernandes, Assistente-Chefe do Serviço estadual de Reeducação e Assistência Social, Adjunto de Promotor em Ceará-Mirim, Procurador da LBA, eleito Procurador Judicial do Aéro Clube em 1948, Procurador contratado da Prefeitura Municipal de Natal, Secretário de Negócios Internos e Jurídicos da mesma Prefeitura, Procurador da Associação Norte-rio-grandense de Imprensa, Membro e Presidente do Conselho Penitenciário do Estado, Procurador do Estado, Consultor Geral do Estado em vários governos, como os de Dinarte Mariz, Aluízio Alves, Monsenhor Walfredo Gurgel, Tarcísio Maia e José Agripino, o que comprova a sua isenção política, sempre com um comportamento irreprochável.
A propósito, em singela homenagem que lhe prestou o seu ex-aluno Ivan Maciel de Andrade, em artigo publicado no jornal A Tribuna do Norte, assim testemunhou:
Acostumei-me a vê-lo, professor, sempre determinado a agir de forma criteriosa, ética, com o máximo de dignidade. Sem qualquer arrogância. Foi assim que serviu durante longos anos ao governo do Estado do Rio Grande do Norte no cargo de Consultor-Geral e de Procurador. Talvez a discreta inflexibilidade de suas atitudes tenha despertado incompreensões ou rejeições. Mas foi sempre o seu jeito de ser. E nada poderia modificá-lo. Nem ameaças nem tentadoras ofertas. Não sei se alguém teve o desplante de abordá-lo com propostas constrangedoras. Não acredito. A sua imagem e o seu conceito certamente evitaram que esse tipo de desrespeito ocorresse. A conduta das pessoas com o tempo cria uma blindagem a essas tentativas: sabe-se bem o que esperar de uns e de outros.
Uma breve incursão na carreira política o fez lograr eleição como Vereador à Câmara Municipal de Natal. No entanto, dois meses após a posse renunciou e nunca mais concorreu a qualquer cargo eletivo, por não ser do seu ideário e conflitar com sua carreira de advogado.
Atuou no jornalismo nos jornais A República, Diário de Natal e Rádio Poti, ao lado de intelectuais consagrados como Eloy de Souza, Edgar Barbosa e Eider Furtado.
Por todos esses predicados foi eleito imortal da nossa Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, em 30 de junho de 1976, ocupando a cadeira nº 39, cujo patrono foi o poeta Damasceno Bezerra e agora também na novel Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte, ocupando a cadeira nº 16, em que é patrono o seu amigo Miguel Seabra Fagundes.
Na militância da advocacia, foi estagiário do causídico Hélio Galvão e também do Doutor Otto de Britto Guerra, logo se destacando e ganhando fama, para a qual dedicou mais de 60 anos de sua vida, com atuação notável, sendo o seu pensamento jurídico acatado com a força de uma verdadeira norma de conduta, sendo presença permanente nos templos da Justiça. Como advogado ocupou a vaga de jurista no Tribunal Regional Eleitoral do nosso Estado no período 1972 a 1974.
Na Ordem dos Advogados do Rio Grande do Norte foi várias vezes Conselheiro e seu Vice-Presidente. Foi o Primeiro Presidente do Tribunal de Ética, colaborador incansável na elaboração das mais importantes leis do Estado, notadamente em suas Constituições.
O seu escritório de advocacia tornou-se um ponto de referência, desde o primeiro na Av. Duque de Caxias, na velha Ribeira, como atualmente no da Rua Vigário Bartolomeu, no 6º andar do Edifício 21 de Março, com a visão do Potengi e a proteção do Padre João Maria, onde comparece para sua atividade profissional e orientação dos seus aprendizes, dentre eles, alguns seus descendentes, contabilizando uma atuação superior a 20 mil ações.
Todas as autoridades públicas do Estado o consultavam durante toda a sua existência, notabilizando-se pela participação efetiva na elaboração de leis importantes, principalmente das reformas ou projetos das Constituições do Estado e da nossa legislação básica.
Professor Emérito da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, homenageado pela comunidade jurídica do estado em várias oportunidades, particularmente na que ocorreu em 05 de outubro de 2006, por ocasião da Quinta Jurídica, levada a efeito pelo IBDA local e Justiça Federal do nosso Estado, cujo tema foi ‘O Estado Brasileiro na Época de Raimundo Nonato’ a cargo de eminentes figuras do mundo jurídico da nossa terra, a teor do Acadêmico Diógenes da Cunha Lima, Professor Eduardo Rabenhorst, Professor Honório de Medeiros e Jornalista Cassiano Arruda Câmara. Também o homenagearam na ocasião os Juízes Janilson Siqueira e Edílson Nobre Júnior. A então Consultora Geral do Estado, Dra. Tatiana Mendes Cunha, em nome da Governadora Vilma de Faria entregou uma placa alusiva aos seus 61 anos de atividade profissional.
Recebeu a primeira outorga da “Medalha AMARO CAVALCANTI”, criada pela OAB/RN e considerada a comenda maior da Instituição, concedida uma única vez em cada administração, entregue em emocional solenidade durante a XX Conferência Nacional dos Advogados, realizada em Natal, pelo seu colega de turma, Dr. José Cavalcanti Neves, por deferência do Presidente da OAB/RN Dr. Paulo Eduardo Pinheiro Teixeira.
Titular da cadeira nº 16, cujo Patrono é o Eminente Miguel Seabra Fagundes.
Deixou viúva a Senhora Bertha Ramalho Fernandes e órfãs quatro filhas Ana Virgínia, Maria das Graças, Maria de Fátima e Ana Luíza, com seus genros e netos e bisnetos. Adotou um filho, Sérgio Antônio, já falecido.
Sua obra é muito vasta alcançando os campos da Literatura e do Direito, cuja relação poderá ser conferida em duas obras básicas - Sociedade e Justiça, de autoria de Eduardo Gosson e Academia Norte-Rio-Grandense de Letras Ontem, Hoje e Sempre -70 anos rumo à luz - volume II, do jornalista José Soares Júnior.
Deixa enorme lacuna e uma imensa saudade.
Descanse em Paz, nobre