sábado, 31 de março de 2012

O NOVO HERÓI DO BRASIL - AUTORIA DE SILVIO CALDAS.

SILVIO CALDAS
O novo herói do Brasil
Autor: Sílvio Caldas (
jsc-2@uol.com.br)

Temos um novo herói no Brasil do BBB de Bial. É um tal de Fael não sei do que. Emocionado, em sua primeira heróica entrevista declarou que não sabia ainda o que faria com o dinheiro do prêmio abiscoitado (um milhão e meio de reais), mas que iria encher sua adega com os melhores vinhos. Programação mesmo de herói.

Aliás, muitos, inclusive o grande Érico Veríssimo Filho criticam Bial e a Globo por tão infeliz criação. Mal sabem os críticos que por detrás dessa idiotice está uma verdadeira máquina de fazer dinheiro. Quer seja por meio de propagandas, quer através dos milhões de telefonemas que alimentam os cofres da emissora.

Discordo - data vênia - dos que criticam a emissora e o notável Bial. Deveríamos centrar nossa crítica na cretinização dos espectadores que alimentam o sucesso de tão nefasto programa. Sem eles o programa o os patrocinadores perderiam a razão de ser.

Parabéns Fael, você é o novo herói de uma nova "cultura"! 

sexta-feira, 30 de março de 2012

REALIZOU-SE, NESTA MANHÃ DE 30-03, A SOLENIDADE DOS NECROLÓGIOS DE MANOEL BENÍCIO DE MELO SOBRINHO E ENÉLIO LIMA PETROVICH.

DR. ODÚLIO BOTELHO
MANOEL BENÍCIO DE MELO SOBRINHO E LUCIANO ALVES DA NÓBREGA
ENÉLIO LIMA PETROVICH E JURANDYR NAVARRO
O Exmo. Presidente da ALEJURN - Academia de Letras Jurídicas do RN - Dr. Odúlio Botelho, contou com excelente quórum na solenidade de homenagens a dois grandes vultos da Área Jurídica, Literária, Social e Histórica deste Estado:
Dr. Manoel Benício de Melo Sobrinho (sócio fundador da ALEJURN) que teve a saudação brilhante do Dr. Luciano Alves da Nóbrega, com a presença da viúva - Sra. Leda Batista de Melo e demais familiares.
Com igual brilhantismo, o Dr. Jurandyr Navarro fez leitura do necrológio de Enélio Lima Petrovich (sócio fundador da ALEJURN), com a presença dos seus filhos: Célio Galvão Petrovich e Enélio Antonio Galvão Petrovich.
Muitas presenças significativas na solenidade:
José Marcelo Costa - Prourador Geral do Estado, Carlos Roberto de Miranda Gomes, Joanilson de Paula Rego, Anna Maria Cascudo Barreto, Ormuz Barbalho Simonetti, Violante Pimentel, Gutenberg Costa, Eider Furtado, José Ribamar de Aguiar, Assis Câmara, Arthúnio Maux, entre outras que somaram o valor da solenidade.

quinta-feira, 22 de março de 2012

HOMENAGENS PÓSTUMAS AOS INESQUECÍVEIS: DEÍFILO GURGEL E SRA. AMÉRICA ROSADO, POR ANNA MARIA CASCUDO BARRETO.

ANNA MARIA CASCUDO BARRETO
DEÍFILO GURGEL
AMÉRICA ROSADO
DOIS DIAS DE MUITAS HOMENAGENS E BELAS PALAVRAS, TECIDAS COM BELEZA E GRANDEZA, NO VÉU DAS REMINISCÊNCIAS E HOMENAGEM DA GRANDE JURISTA E ESCRITORA ANNA MARIA CASCUDO BARRETO.

A homenagem ao notável historiador e folclorista falecido recentemente - Deífilo Gurgel - teve a canção de honra na maviosa voz de Anna Maria Cascudo Barreto, em 20-03 do corrente, no Conselho Estadual de Cultura.
Anna, presidente da Comissão Estadual de Folclore do RN , exaltou e exultou o nome daquele que, ao longo de sua existência, engrandeceu o FOLCLORE do RN - Deífilo Gurgel.
O evento teve o respaldo da Academia Mossoroense de Letras através do seu presidente - Elder Henonildes (que fez um belo depoimento), do Instituto Histórico e Geográficodo RN pelo presidente em exercício - Jurandyr Navarro, Comissão de Folclore do RN com o presidente Severino Vicente.
Anna Maria fez a belíssima oração de homenagem à Vida e Obras do mestre Deífilo Gurgel, com imortais da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras e familiares do homenageado.
No dia 21-03 do corrente, no auditório da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, com representantes da referida entidade, da Academia Feminina de Letras através de sua Presidente Zelma Bezerra e algumas imortais, com familiares de dna América Rosado, da mesma forma, Anna Maria Cascudo Barreto prestou sua homenagem à grande Dama de Mossoró, falecida em 21-12-2009, justo no mesmo dia do falecimento do seu esposo - Vingt-Un-Rosado - em 2005.

Acerco-me dessas grandes homenagens ao nome e familiares do nossos mortos admirados e queridos.


Parabéns.

terça-feira, 20 de março de 2012

OS EFEITOS DA INSEGURANÇA - AUTORIA DO DR. CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.

DR. CARLOS ROBERTO DE MIRANDA COMES
DR. ONOFRE LOPES DA SILVA
(FOTO DO GOOGLE)
OS EFEITOS DA INSEGURANÇA
Carlos Roberto de Miranda Gomes (*)

Sem qualquer intenção de fazer apologia da violência, dei-me a meditar sobre o recente episódio ocorrido com o meu amigo Onofre Lopes Júnior, também influenciado pela minha condição de idoso.
A violência em nossa cidade está alcançando proporções incontroláveis, com sucessivos registros de assaltos em qualquer local ou horário, inclusive, agora, com a novidade de interceptação dos veículos nas avenidas, mediante colocação de obstáculos, sem que haja o deslocamento de contingente policial para flagrar tais atitudes criminosas, apesar se ser uma ação repetitiva.
Esse estado de coisa põe em polvorosa todos os cidadãos natalenses e, com muito mais justificativa, as pessoas de idade vetusta, que por si mesmas já possuem as deficiências próprias da idade, seja de natureza motora ou de percepção imediata para os perigos com os quais se defrontam no dia-a-dia.
Sem mais o vigor físico para evitar confrontos ou reações, o idoso encontra na arma uma mínima possibilidade de defesa, embora a estupidez legislativa tenha criado empecilhos para a propriedade de qualquer armamento e, principalmente, do porte de arma.
Estamos indefesos, a mercê dos trombadinhas. Contudo, quando o perigo ronda a nossa família, como no caso de Onofre Jr., a coisa muda de figura, pois a natureza nos concede a força da indignação e permite, raras vezes, a capacidade de reação, movida pela necessidade de preservação da vida e, em especial, da vida dos nossos familiares.
O gesto de Onofre, antes de tudo, foi de extrema coragem, sobretudo quando se sabe o seu estado de saúde. Mas o seu amor a Sílvia permitia qualquer sacrifício, até da própria vida e teve sorte em acertar o bandido. Fosse eu, não teria a certeza da pontaria e, certamente, teria, também, que acionar muitas vezes, nem que servisse para amedrontar o meliante..
Meditem os meus leitores a respeito do desgaste emocional vivenciado pelo estimado Amigo Onofre e sua esposa, ouvindo comentários pouco lisonjeiros de uns poucos, embora a solidariedade da esmagadora maioria da população.
Recebam Onofre e Sílvia a minha consideração e o meu respeito, rogando a Deus que os órgãos oficiais saibam compreender as circunstâncias do acontecido e reconheçam a legítima defesa necessária, amenizando as sequelas emocionais, que certamente persistirão, tendo em conta a sua conduta social e a dedicação de salvar vidas em toda a sua trajetória profissional.
Deus nos livre de um confronto semelhante! Que o fato sirva para uma alteração na legislação pertinente à propriedade e porte de arma, para inibir um pouco os audaciosos assaltantes! Que a Polícia seja reforçada com novos integrantes para poder cumprir com eficiência a sua missão. Com isso, certamente que esses fatos não se repetirão!

(*) Advogado e escritor

segunda-feira, 19 de março de 2012

O PRESIDENTE DA ALEJURN CONVIDA PARA A SESSÃO DE HOMENAGENS (LEITURA DOS NECROLÓGIOS ) A MANOEL BENÍCIO DE MELO E ENÉLIO LIMA PETROVICH.

DR. ODÚLIO BOTELHO MEDEIROS
- PRESIDENTE DA ALEJURN
DR. JURANDYR NAVARRO COSTA
PRESIDENTE DE HONRA DA ALEJURN
Lerá o necrológio de Enélio Lima Petrovich
DR. LUCIANO ALVES DA NÓBREGA
Lerá o necrológio in memorian de Manoel Benício Sobrinho
MANOEL BENÍCIO SOBRINHO
HOMENAGEADO IN MEMORIAN
ENÉLIO LIMA PETROVICH
HOMENAGEADO IN MEMORIAN
C O N V I T E


No próximo dia 30-03, sexta-feira, às 10h, no Auditório da Procuradoria Geral do Estado, sito à, Av Afonso Pena, 1155, no Tirol, a Academia de Letras Jurídicas do RN - ALEJURN, dará início à sua programação anual, com a efetivação dos Necrológios dos sócios-fundadores: Manoel Benício de Melo Sobrinho, a cargo do confrade Luciano Nóbrega e Enélio Lima Petrovich, cuja memória será relembrada pelo Presidente de Honra da ALEJURN, Jurandyr Navarro.
A presença de todos os componentes da Academia, bem como dos respectivos familiares dos ilustres homenageados, por certo transformarão o acontecimento num preito de gratidão de toda comunidade cultural do Rio Grande do Norte, em reconhecimento ao trabalho que foi desenvolvido pelos ilustres homens públicos, em prol das letras, das artes e da cultura como um todo .

sábado, 17 de março de 2012

NECROLÓGIO DE ENÉLIO LIMA PETROVICH - AUTORIA DE JURANDYR NAVARRO.

JURANDYR NAVARRO -
PRESIDENTE DO IHG/RN EM EXERCÍCIO
ENÉLIO LIMA PETROVICH

NECROLÓGIO DE ENÉLIO LIMA PETROVICH
Jurandyr Navarro (*)


Filho da terra de Miguelinho, conhecido ficou por toda esfera cultural. Deixou-nos dias passados o ilustrado conterrâneo. A sua ausência é notada e sentida, revelada pela dor familiar e a saudade da confraria que o cercava.
Encheu o espaço temporal da existência com a plenitude da realização de seus propósitos, constituindo família, instruindo e educando descendentes.
Na lida da vida civil porfiou em duas frentes: - na profissão liberal de Advogado, especificamente, na especialidade previdenciária, perto de longos quarenta anos. Nesta atuação adquiriu celebridade profissional, estabelecendo-se em Natal e Salvador, a fim de equacionar interesses múltiplos de inúmeros constituintes que o fizeram patrono de suas causas.
Pari passu a esse labor de ordem profissional, com o passar dos anos tomava vulto o seu interesse pela cultura, segmento operativo ao qual dedicou o restante da sua atribulada existência terrena.
Elas, a Advocacia e a Cultura, as suas apaixonadas amantes espirituais.
Nesse aspecto imitou o escritor eslavo Tchekhov, que dividiu a vida entre a Medicina e a Literatura.
Dizia ele: “Fico satisfeito quando me dou conta de que tenho duas profissões, não uma. A medicina é minha esposa legal, a literatura a minha amante. Quando canso de uma passo a noite com a outra. Pode não ser uma situação habitual, mas evita a monotonia; ademais, nenhuma delas sai perdendo com minha infidelidade. Se não tivesse a minha atividade médica, dificilmente poderia consagrar à literatura minha liberdade de espírito e meus pensamentos perdidos”.
Na sua atividade intelectual, voltada para as Letras e, notadamente, para a História, Enélio deveu à influência exercida pelo tio-avô, Nestor dos Santos Lima, elogiado educador e historiador consagrado, que o antecedeu na Presidência do Instituto Histórico e Geográfico, dirigindo-o por vários anos.
O exemplo foi seguido pelo sobrinho-neto, imitando-o, outrossim, na direção vitalícia da vetusta instituição – a Casa da Memória, dístico da autoria de Luis da Câmara Cascudo.
Eleito, assumiu aos 25 de agosto de 1963, Enélio Petrovich presidiu o Instituto durante 48 anos, 4 meses e 12 dias. Quase meio século, numa atividade dinâmica pela cultura histórica. Essa permanência de labor profícuo foi, sem dúvida, o principal marco da sua lida intelectual.
Pertenceu, também, aos quadros de outras instituições da gleba potiguar, enumerando-se, algumas delas: Academia Norte-Rio-Gandense de Letras; Academia de Letras Jurídicas do Rio Grande do Norte; Fundação Cultural “Padre João Maria”; União Brasileira de Escritores; Conselho Estadual de Cultura, tendo sido associado de outras entidades de âmbito nacional, na condição de Sócio Correspondente.
Em vida, foi agraciado com Medalhas e Comendas, a ele tributadas por corporações civis e militares, em reconhecimento ao seu desempenho intelectual.
A memória do ilustrado historiador não ficou órfã com sua morte, em virtude das obras deixadas à posteridade, quando as gerações moças poderão compulsá-las, avaliando seu valor.
São escritos biográficos insertos em livros, contendo dados narrativos de viagens, ensaios, compilação de artigos de jornais, textos de palestras, discursos, saudações, prefácios e outros.
À época de estudante de Direito, na saudosa Faculdade da Ribeira, em trabalho na sala de aula, teceu considerações sobre episódicos estudos penais relacionados com a doutrina psicanalítica de Freud, tendo recebido, posteriormente, elogio do criminalista famoso daqueles dias, Nelson Hungria.
Na idade madura colaborou em jornais de nossa Cidade e, durante anos, assinou uma coluna no matutino “Tribuna do Norte”, intitulada “A Previdência Social em Dia”, abordando matéria relacionada aos interesses de aposentados e pensionistas.
Dotado de espírito curioso, empreendeu muitas viagens através o Brasil e Exterior, interessado em manter contato com outras culturas, no afã de mais se ilustrar.
Tinha espírito social, dividindo entre a família e amigos as noitadas festivas.
Pertenceu ao Lions Club Norte, agremiação social que pela soberana vontade de seus associados, em certa data, fizeram-no numa de suas votações, seu Governador.
Embora exibisse temperamento difícil, proveniente de herança familiar, denunciado em raros momentos circunstanciais, geralmente se apresentava afável nas conversações, elegendo a política diplomática do bem-querer, brindando a vida com a alegria de uma alma toda voltada para boas causas.
A recordação gravou alguns títulos de palestras por ele proferidas: “Surgimento e Dinâmica do Direito Previdenciário”; “Sigmund Freud – sua Ciência e a Sociedade atual”; “Ordem, Saúde e Justiça”.
Em relação à performance dos intelectuais do Rio Grande do Norte, elogiava a tenacidade de Manuel Rodrigues de Melo, em prol da Cultura; a eloquência de Luís da Câmara Cascudo; a inteligência de Nilo Pereira e a genialidade de Oriano de Almeida.
A lembrança do seu nome perpetuada ficará pelo realizado na órbita superior das coisas do pensamento.
Uma das Salas do Memorial “Oriano de Almeida”, anexo do Instituto Histórico, ficou reservada à sua memória.

(*) Presidente em Exercício do IHG/RN

sexta-feira, 16 de março de 2012

A QUESTÃO DO QUINTO CONSTITUCIONAL DOS TRIBUNAIS - ARTIGO DE CARLOS GOMES.


A QUESTÃO DO QUINTO CONSTITUCIONAL DOS TRIBUNAIS

Carlos Roberto de Miranda Gomes(*)

O mundo jurídico viverá, este ano, mais uma modificação na estrutura da composição do Egrégio Tribunal de Justiça, com a anunciada aposentadoria do Desembargador Caio Alencar.
A nossa Corte de Justiça Estadual possui 15 vagas, das quais, 1/5 pertence, alternadamente, aos advogados e aos representantes do Ministério Público, o que corresponde a três vagas.
Na Carta Constitucional vigente o assunto é tratado da forma seguinte:

“Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes.

Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos 20 dias subseqüentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação.”

Desta forma, há de existir, quando a composição dos Tribunais for ímpar, o critério paritário absoluto, o que implicará, circunstancialmente, na prevalência de um número maior, ora de advogados, ora de representantes do Ministério Público, como atualmente ocorre em nosso Tribunal de Justiça, com a presença da Desembargadora Judite Nunes e do Desembargador Caio Alencar, oriundos do MPE, enquanto apenas o Desembargador Cláudio Santos representa o segmento dos advogados.

Com a próxima vacância, deverá a vaga remanescente ser dos advogados, porquanto é entendimento da doutrina e da jurisprudência, que explicitam:

“As regras da paridade e da alternatividade para preenchimento nos Tribunais das vagas de Desembargador destinadas ao quinto constitucional ensejam algumas situações díspares, que assim podem ser sintetizadas: quando o número reservado ao quinto constitucional for par, fica respeitada a classe de origem;quando for ímpar, procede-se ao critério de alternância, independentemente da classe de origem, resultando que, em determinado momento histórico, uma das classes ficará com maior número de desembargadores;quando houver criação de novo cargo de Desembargador, ensejando um número par, será observada a regra da paridade, com o preenchimento da vaga por integrante da classe que estiver em menor número;”

Esse entendimento oriundo do julgamento pelo Superior Tribunal de Justiça do Recurso em Mandado de Segurança n. 24.992-GO, Quinta Turma, Relator Ministro Jorge Mussi (j. 18.12.2007, DJU de 17.03.2008), nos leva a concluir que a vaga, de natureza impar, por ser a vaga de rodízio, isto é, aquela que vem quebrar a paridade existente entre as classes representantes do quinto constitucional, deve ser destinada à classe que se manteve em inferioridade numérica no histórico da composição do Tribunal de Justiça do RN. dando a prevalência, agora, da representação ‘quintista’ em favor da Ordem dos Advogados, Seção do Rio Grande do Norte, porque até agora existia uma participação maior do Ministério Público do que de causídicos da Corporação dos Advogados, alterando-se a paridade para maior participação destes últimos, em consonância com o que dispõe a Lei Complementar nº 35 (LOMAN) em seu art. 100, § 2º, homenageando o princípio da alternância e da sucessividade.


(*) Advogado e escritor

quinta-feira, 15 de março de 2012

O PROBLEMA DOS CRUCIFIXOS - AUTORIA DE SILVIO CALDAS.

O PROBLEMA DOS CUCIFIXOS
Autor: Sílvio Caldas ( jsc-2@uol.com.br )

A revista VEJA noticiou que o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJR-5) determinou a retirada de todos os crucifixos e símbolos religiosos dos prédios da Justiça do Estado. Sessenta por cento das pessoas pesquisadas a respeito foram contra a medida.
Hoje juiz aposentado me fiz a pergunta: E se eu tivesse sido obrigado a tirar Cristo de minha sala de audiência, obedeceria a tal desmando?
Acho que eu teria duas alternativas: ou me insubordinar em relação a tal absurda determinação, expondo em risco minha carreira; ou, em outra hipótese, seguir o próprio ensinamento de Cristo, quando disse: “A César o que é de César e a Deus o que é de Deus”.
Assim, temos saída para as duas atitudes: obedecer ou se insubordinar.
Gostaria de conhecer pessoalmente o presidente do TJR-5. Gostaria de saber se ele acredita em Deus (o Deus dos outros, principalmente) e a qual partido político ao qual ama e serve em segredo.
Acho que eu iria dar gostosas gargalhadas.

E Cristo também.

terça-feira, 13 de março de 2012

TRÊS POEMAS DE MACHADO DE ASSIS - HOMENAGEM PELO DIA DA POESIA.

MACHADO DE ASSIS - 1839 + 1908

Livros e flores

Teus olhos são meus livros.
Que livro há aí melhor,
Em que melhor se leia
A página do amor?

Flores me são teus lábios.
Onde há mais bela flor,
Em que melhor se beba
O bálsamo do amor?

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BONS AMIGOS

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!

Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!

Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!

Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.
Amigo é a base quando falta o chão!

Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!

Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

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Os dois horizontes

Dois horizontes fecham nossa vida:

Um horizonte, - a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, - a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, - sempre escuro, -
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.

Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais.
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.

Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.

No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, - tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.

Que cismas, homem? - Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? - Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.

domingo, 11 de março de 2012

OS LAMPIÕES DO NOVO MILÊNIO - SILVIO CALDAS


Os Lampiões do novo milênio

Autor: Sílvio Caldas



Nesses tempos modernos de internet é impossível não receber diariamente pelo menos uns trinta e-mails, das mais variadas instituições, pessoas físicas ou jurídicas. Propagandas, muitas delas de gosto duvidoso, algumas verdadeiras armadilhas dos chamados "hackers"... tem de tudo: programas de auto-ajuda, conselhos, correntes, orações, denúncias, pedidos. Enfim, tem até coisa boa no meio da tal enxurrada de arquivos. Tudo isso sem falar nos blogs, que trazem no seu bojo, do besteirol a matérias que realmente valem à pena.

Pois não é que no meio de tanta baboseira recebi um dia desses um cordel enviado pelo meu amigo Antonio Martins, de autoria de um cancioneiro chamado Carlos Araújo, que em versos cadenciados e bem postos faz comparações entre o bando de Lampião e os Lampiões brasileiros do novo milênio.

Como não dá para transcrever aqui essa poesia popular de primeira qualidade, disponho aos leitores que por acaso se interessem em remeter por e-mail essa verdadeira jóia de poesia nordestina.

Gostaria muito de conhecer esse competente cordelista, verdadeiro cientista político popular, que com maestria, sem pretender transformar o bando de Lampião em heróis de Big-Brother, entretanto demonstra, por a mais b, que eles, Lampiões do passado, matavam muito menos gente e dava muito menos prejuízo aos cofres públicos que os Lampiões de hoje.


  jsc-2@uol.com.br )

sexta-feira, 9 de março de 2012

SERVIÇO PÚBLICO SOFRÍVEL - CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.


SERVIÇO PÚBLICO SOFRÍVEL

Carlos Roberto de Miranda Gomes,
advogado e escritor

É com indignação, que venho tratar de um assunto desagradável pertinente ao descaso da administração pública do Estado.

Todos sabemos, que os entes públicos potiguares atravessam dificuldades financeiras. Contudo, entre tais percalços e a necessidade mínima de atendimento à população, não deveria existir um espaço tão largo.

O fato que aqui pretendo denunciar diz respeito ao precaríssimo funcionamento da Central do Cidadão da Av. Rio Branco - Cidade Alta.

Em primeiro lugar, por incrível que pareça, não existe segurança no local, havendo registros de assaltos dentro do prédio, embora, recentemente, tenha sido colocado um guarda patrimonial, com evidente idade incompatível com o tipo de trabalho dele exigido, o que resulta em nada de mudança quanto a este requisito.

Outra deficiência, gritante, é o não funcionamento de qualquer aparelho de ventilação ou climatação, o que deixa o ambiente completamente inadequado a qualquer atividade, pois os usuários e, principalmente, os funcionários, passam momentos de extrema dificuldade para a realização das suas tarefas ou obtenção dos serviços procurados, gerando desespero, incômodo e reclamações constantes.

Um outro aspecto de inexplicável descaso é o péssimo funcionamento dos sanitários, caracterizando insalubridade aos usuários.

Por sua vez, o acesso às pessoas idosas é dificultado pelas barreiras das escadarias, pois não existe elevador para os deficientes ou os incapacitados para esforços maiores.

No entanto, o pior de tudo, é que o sistema de operacionalização dos serviços vive repetidamente em “pane”, obrigando à suspensão do atendimento, provocando protestos e tornando o ambiente insuportável.

Lastima-se que o Poder Público tenha deixado chegar a essa situação um equipamento público de inestimável valor, que já foi considerado, no passado, um serviço de referência e que trazia ao cidadão o efetivo atendimento aos seus anseios.

Face à tudo isso, os atrasos na liberação de carteiras de habilitação provocam prejuízos e deixam os interessados à mercê de prática de infrações de trânsito, consequentemente, sujeitos às multas do Código Nacional de Trânsito.

Até quando esse descaso, essa incompetência, esse desrespeito para com o cidadão vai perdurar? SOS ao Ministério Público, ao Procon, e à sociedade civil organizada!

quinta-feira, 8 de março de 2012

ANTONIO FRANCISCO - SOMENTE DEUS EXPLICA - POR ODÚLIO BOTELHO.

BREVE BIOGRAFIA DO CORDELISTA ANTONIO FRANCISCO

É filho de Francisco Petronilo de Melo e Pêdra Teixeira de Melo.
Graduado em História pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Poeta popular, cordelista, xilógrafo e compositor, ainda confecciona placas.
Aos 46 anos começou sua carreira literária, já que era dedicado ao esporte, fazia muitas viagens de bicicleta pelo Nordeste e não tinha tempo para outras atividades. Muitos de seus poemas já são alvo de estudo de vários compositores do Rio Grande do Norte e de outros estados brasileiros, interessados na grande musicalidade que possuem.
Em 15 de Maio de 2006, tomou posse na Academia Brasileira de Literatura de Cordel, na cadeira de número 15, cujo patrono é o saudoso poeta cearense Patativa do Assaré. A partir daí, já vem sendo chamado de o “novo Patativa do Assaré”, devido à cadeira que ocupa e à qualidade de seus versos.

ANTONIO FRANCISCO

ANTÔNIO FRANCISCO - somente Deus explica
Odúlio Botelho Medeiros (*)

As pessoas que gostam de ler recebem sempre um livro de presente de um amigo dileto. Foi assim que o engenheiro Francisco Camargo (pai de Camarguinho) colocou em minhas mãos, com oferecimento e tudo, uma preciosidade denominada de DEZ CORDÉIS NUM CORDEL SÓ - 5ª edição - GL Gráfica e Editora - de autoria de um poeta mossoroense tido e havido como Antônio Francisco, com o sobrenome de Teixeira de Melo. Pelo dizer do amigo Camargo, o homem representa o que há de melhor na poesia popular da região, além de declamar como ninguém, a sua produção literária: “não sei se ele é melhor poeta ou ator”, prefaciou Camargo, informando-me, ainda, que o referido poeta popular tornou-se bacharel em História pela UERN e tem por profissão a feitura de placas na Cidade de Mossoró, já tendo se apresentado em Natal, onde foi ovacionado carinhosamente. Recebi o presente ao lado das entusiasmadas referências e ato contínuo, guardei o livro para manuseio e leitura posteriores, tendo, antes, navegado nas primeiras e segundas orelhas: na primeira, Gutemberg Costa, com a responsabilidade que tem de haver editado e difundido vários poetas da terra, diz que: “ No presente trabalho não faço elogios desmerecidos, nem críticas maldosas aos poetas que aqui estão verbetados, mas afirmo que Antônio Francisco é indiscutivelmente um grandioso poeta da nova geração da nossa Literatura Cordel”. Por sua vez, na segunda orelha do livro, o autor de Dez Cordéis Num Cordel Só, dá logo o recado a que se propõe, ao filosofar:
“Pra nós sermos amigos de verdade,
Precisamos amar e querer bem,
Repartir nosso pão pela metade,
Dividir nossos sonhos com alguém,
Plantar uma semente de amizade
No jardim onde nasce a solidão
E dizer no ouvido dum ermitão:
Plante um pé de amizade em sua horta,
Amizade é a chave que abre a porta
Do castelo onde mora o coração”

Confesso que após ler essa jóia de versos, iniciei, de imediato, a leitura do livro, que está enriquecido por trabalhos de Gustavo Luz - diretor da Editora Queima-Buxa, que explica as linhas destacadas do livro e de Luís Campos, que glosa:
“Se você quer conhecer,
Quem escreve em Mossoró,
É bastante você ler
Dez cordéis num cordel só”.

Depois, o meu amigo Caio César Muniz – Presidente da Academia de Poetas e Prosadores de Mossoró – explica Meu Sonho (Cordel n°1) no bem elaborado O Sonho de Toda a Humanidade, no qual vaticina: “ Sempre que tenho o prazer de ouvi-lo recitar Meu Sonho, me emociono ao final, pois sei que esse planeta encantado que ele sonhou só existe em sua mente maravilhosa”...



De sua vez, o poeta Erocildes Bezerra de Araújo destaca a seguinte mensagem:
“Oh, Antônio seu papel
Eu estou achando lindo,
Vai despertar o cordel
Que há tempo estava dormindo”.
Iremar Leite Pereira com o trabalho O Anjo do Sertão, às fls.23/4, fala de Antônio Francisco e apresenta o Cordel n° 2, Aquela Dose de Amor.
Severino Inácio, poeta dos bons, orienta:
“O livro tem dez cordéis,
Leia um de cada vez...
E depois decore os dez
Cordéis que Antônio fez”.
Continuando o exame e a apresentação originalíssima do livro, Gemaia (Professor Geraldo Maia) escreve A Título de Apresentação que: “A poesia de Antônio Francisco tem o incrível poder de encantar e fascinar a todos que dela tomam conhecimento” e comenta a poesia O Guarda-Chuva de Prata, que é o Cordel n°3. As Seis Moedas de Ouro (o 4° Cordel) recebeu a apresentação de Rubéns Coelho- Jornalista e Escritor – que conclui a sua dissertação da seguinte forma: “ Não sou crítico literário, nem tenho essa pretensão, mas vejo a poesia de meu amigo Antônio Francisco como uma das mais significativas que se faz no País, no gênero popular. E creio que essa será a opinião de quantos dela tomarem conhecimento”...
Antes, Francisco Nolasco (fl.46), poetiza:
“Antônio Francisco é poeta,
Pois já cantou céu e mar,
O belo da natureza,
O canto do sabiá.
E agora nos presenteia
Com sua verve tão cheia
Com dez cordéis num só lugar”.
Do Outro Lado do Véu – 5° Cordel – recebeu do poeta José Ribamar, os seguintes versos:
“As poesias de Antônio
São a história da lida
Dum povo sem liberdade,
Da própria honra ferida
Que anseia por justiça
Emprego, teto e comida,
São, além de fotocópia
De uma prole vencida,
Ficções, realidades
E crítica bem construída.
Ele, um grande idealista,
E as obras, lições de vida”.



O pesquisador Antônio Kydelmir Dantas de Oliveira, sócio da SBEC e do IHGRN, apresentou Do Outro Lado do Véu, escrevendo: “Dentro do DEZ CORDÉIS NUM CORDEL SÓ, ele nos apresenta uma viagem fantástica, que o poeta nos seus devaneios filosóficos se fez transportar para O OUTRO LADO DO VÉU”(...).
A Oitava Maravilha, que é o 6° Cordel, recebeu de Crispiniano Neto, poeta e advogado, a apresentação sob o título – Cafuné – Um Murro na Cara dos Antipoetas, às fls.73/74, podendo ser destacado no referido texto: “Antônio Francisco – a partir deste livro publicado quase à pulso por Vingt-un, que vem empurrando com a barriga a modéstia injusta do poeta - se inscreve no rol dos grandes da indústria mundial do verso”(...).
Os Sete Constituintes ou os animais têm razão (7° Cordel), recebeu do escritor e poeta Marcos Ferreira, a seguinte interpretação: “Quanto a este “Os Sete Constituintes”, sobre o qual me cabe deitar algumas impressões (pois o autor convidou uma pessoa diferente para comentar cada um dos dez poemas que formam este livro), digo que se trata de uma belíssima fábula que a cabeça prodigiosa de Antônio Francisco deu à luz”(...).
Seu Nãna – Cordelista –ao discorrer sobre o livro, especialmente sobre o 8° Cordel, O Feiticeiro do Sal, com o título Uma Obra de Arte, acrescenta o seguinte pensamento: “O que eu quero dizer é que, O FEITICEIRO DO SAL, que ele traz a lume agora, é simplesmente uma obra de arte”(...).
O 9° Cordel – História de Pescador – recebeu, de Luís Antônio, Presidente da Casa do Cantador, no escrito O Poeta Antônio Francisco (fl.111), o presente conselho: “Antônio faz uso de temas atuais, sociais, que mexem com o íntimo do ser humano, cultua o verso com o rigor métrico que a arte exige: Em História de Pescador o poeta não foge à regra, mas o ideal é que o leitor confira o que digo”(...).
Finalmente, Cid Augusto enfatiza no seu comentário A Arca de Noé (10° Cordel) que: “(...) A Arca de Noé, protesto inteligente e bem-humorado contra a devastação da natureza no Brasil, demonstra a verve desse autor que, por incrível que pareça, descobriu-se poeta faz poucos anos” (...).
Que dizer mais sobre essa pérola da literatura popular? Somente que estou encantado com o que li. Sabem todos os meus amigos mais aproximados que nem sou poeta, nem crítico literário. Apenas, um leitor que ousa escrever alguma coisa quando tem a oportunidade de ler trabalhos magníficos como Dez Cordéis Num Cordel Só, de autoria do fantástico Antônio Francisco, que exercita lições de história, sociologia, ciência-política, economia, ética, moral e cívica, de amor a terra e ao ser humano, especialmente, de poesia e genialidade.Estou pasmado!
Entendo que as entidades públicas e privadas poderiam “adotar” o poeta Antônio Francisco, pois, no futuro, certamente ele será a expressão maior da poesia popular brasileira. Finalmente, reproduzo o que disse ao escritor Jurandir Navarro, ao dedicar-lhe o livro de Antônio Francisco: “Somente Deus explica esse fenômeno!”.

Escrevi este artigo, que foi publicado no Jornal Metropolitano, quando esse grande poeta estava iniciando a sua brilhante carreira literária. Com o passar do tempo ele publicou novos livros, apresentou-se recitando seus versos em várias cidades, inclusive em Natal, aqui sendo muito requisitado para apresentações em academias, em lançamentos de livros e em grandes tertúlias culturais. Hoje faz parte Academia Brasileira de Literatura de Cordel, no Rio de Janeiro, onde ocupa a cadeira 15 pertencente ao grande Patativa do Assaré.

(*) Procurador aposentado do Estado e presidente da ALEJURN

MULHERES - POEMA DE PABLO NERUDA.

PABLO NERUDA
MULHERES
Pablo Neruda

Elas sorriem quando querem gritar.
Elas cantam quando querem chorar.
Elas choram quando estão felizes.
E riem quando estão nervosas.

Elas brigam por aquilo que acreditam.
Elas levantam-se para injustiça.
Elas não levam "não" como resposta quando
acreditam que existe melhor solução.

Elas andam sem novos sapatos para
suas crianças poder tê-los.
Elas vão ao medico com uma amiga assustada.
Elas amam incondicionalmente.

Elas choram quando suas crianças adoecem
e se alegram quando suas crianças ganham prêmios.
Elas ficam contentes quando ouvem sobre
um aniversario ou um novo casamento.

segunda-feira, 5 de março de 2012

PESCADORES DE ÁGUAS TURVAS - SILVIO CALDAS


Pescadores de águas turvas

Autor: Sílvio Caldas ( jsc-2@uol.com.br )

Mais uma vez trocando seis por meia dúzia a presidenta Dilma acaba de nomear para a chefia do Ministério da Pesca e Aquicultura o até então pescador de almas e senador Marcelo Crivela.

Fica clara mais uma vez a desnecessidade prática da referida instituição. Aliás, eu bem que já desconfiava disso. Afinal de contas, estava na cara que Ideli Salvatti, nem o defenestrado agora Luiz Sérgio entendiam bulhufas da missão (pesca e aquicultura). Em outras palavras, fica provado que até um boneco de cera é capaz de dirigir o órgão, e que do mesmo modo a ausência de boneco não dá nem para ser notada.

A presidenta Dilma se emocionou ao dar posse ao novo Ministro. Aparentemente por estar se despedindo de um grande servidor. Logo ele, que já não servira no primeiro ministério que ocupara.

Na qualidade de observador político bissexto atrevo-me a interpretar a nova dança das cadeiras como sendo um ato que tenta reparar a verborréia expelida pelo Ministro Gilberto Carvalho em relação aos evangélicos. Dizem que foi um porre de vinho que haveria tomado no Rio Grande do Sul que o levou a dizer aquelas bobagens.

Para o PT o estrago provocado pelo ministro Gilberto foi imenso, pois significou a perda de um Ministério para outro partido político.

Até agora tento interpretar, na minha humilde condição de aprendiz de psicólogo, o choro da nossa Presidenta. Ou seja, o que se passou, no momento da posse, no inconsciente dela? Que confusão mental ocorreu naquele momento em que ela nomeia um ministro e ao mesmo tempo alega ao demitido que não houve qualquer motivo maior que ensejasse sua demissão? Será dor de consciência? Ou será que nossa Presidenta naquela hora lembrou-se de que todos os meses, pelo menos naquele Ministério, o dinheiro do contribuinte vai diretamente para o ralo, já que por ali só têm passado autênticos pescadores de águas turvas?

sábado, 3 de março de 2012

PSICOPATA É LOUCO? - ADALBERTO TARGINO (JORNAL DE HOJE EM 02 - 03 - 2012).


DR. ADALBERTO TARGINO
JORNAL DE HOJE - 02-03-2012
Psicopata é louco?

Adalberto Targino // ceaf_pge@rn.gov.br

Os ignaros ou leigos misturam os conceitos e os comportamentos do psicopata com o louco, como se ambos fossem a mesma coisa. Na realidade convivemos com psicopatas normalmente porque eles passam sem dar pista de seu desajuste social. O louco, ao contrário, é visível, é perceptível por qualquer observador, mesmo o mais simplório.

Vivemos em uma sociedade infestada por psicopatas por todos os lados. Nos clubes mais fechados, nos ambientes requintados, no meio de pessoas cultas e brilhantes, intelectuais de escol, altos empresários; mulheres e homens ricos, inteligentes, bonitos e sem motivo aparente para desajustes. Não quer dizer que eles também não estejam nas favelas, mocambos e palafitas. Independe do meio social, aparência física e grau de instrução.

Assim como o perigo não está no inimigo declarado mas no falso amigo, a tragédia não advém do louco (que de longe já é identificado), porém do psicopata que, sempre, é um enrustido, disfarçado, camuflado, um autêntico camaleão. O psicopata, apesar de adorar o perigo, não se expõe facilmente a ele. Tudo é milimetricamente estudado, analisado, medido, contado... Usa disfarces bem urdidos, não ataca com clareza. Escolhe bem as suas vítimas e as usa durante longo tempo como se aliado fosse, com luvas de pelica, voz de veludo e atitudes angelicais e solidárias.

Mas... de repente, tal qual uma jibóia enrosca-se, paulatinamente, na sua presa, que, indefesa, é atacada, inopinada e surpreendentemente. O psicopata atrai a vítima com as artimanhas da raposa, o ataque meticuloso da cascavel e os encantos da sereia. Jamais é direto ou transparente. Diferente do louco que exibe os seus estigmas por um olhar delator, atos e palavras estrambelhados, isto é, dá a senha ou o sinal de perigo. Aquele, não só tem simpatia inicial, luz verde e luminosa.

O psicopata não se abala com nada, não respeita a lei dos homens que a sua inteligência manipula, e menos ainda os mandamentos de Deus, de quem ele zomba por sentir-se superior ao profano e divino.Faz de cadáveres, almas e mentes dilaceradas por suas ações, escadas para subir e alcançar os seus objetivos.

Os seus atos, de tão mesquinhos, desumanos, pérfidos, insensíveis, chocam os seres humanos normais, que não acreditam existir na humanidade alguém capaz de tanta maldade. Exemplos mais aviltantes como um pai que estupra a filha, o assassino que bebe o sangue da vítima, o filho que assassina o pai, assassinos em série, o padre pedófilo, o canibalista, o latrocida e outros monstros, que nem os animais mais ferozes são capazes de imitar, exceto o próprio Diabo pintado com as tintas da maldade suprema.

Longe da visão comum ou ordinária de que os verdadeiros psicopatas estão trancafiados nos antigos institutos de psiquiatria forense, nos atuais hospitais de custódia, nas penitenciárias e presídios, cadeias públicas, constatei, durante mais de 20 (vinte) anos no exercício dos cargos de Promotor de Justiça, Perito Criminal, Delegado de Polícia, Professor de Direito Penal e de Secretário da Cidadania e Justiça e Segurança Pública, que naquelas masmorras ou universidades do crime existem menos de 20% de psicopatas. No entanto, nas relações interpessoais e clubistas, nas relações de trabalho (chefe, chefiado, colegas) verifiquei, surpreso, o alto grau de periculosidade camuflada e, por isso, muito mais danosa que a relação entre criminosos comuns. Sim, porque no seio dos presídios há sentimento de profunda lealdade, gratidão, solidariedade entre os grupos internos. No ambiente "civilizado", entre alguns políticos inescrupulosos, é normal, e até elogiado, o comportamento leviano, volúvel, vira-casaca, traiçoeiro, que, em nome da conveniência de cargos e posições, tudo se pratica, inclusive aniquilar, anular, isolar, abandonar, desprezar antigos amigos e parceiros.

Isto é preocupante. O homem, mesmo no meio tribal, precisa, necessita, do mínimo de piedade, compaixão, respeito ao outro, consideração aos mais pobres, aos velhos amigos, aos fragilizados, aos idosos, aos diferentes.

Aí é que afirmo, sem medo de errar, a psicopatia ou sociopatia tomou conta da sociedade, violando princípios éticos, limites morais, rasgando códigos de honra e regras da sadia convivência.

Porquanto, os loucos - estas pobres criaturas, que não sabem do mal que fazem ao próximo e a si próprios - não assombram a ninguém cauteloso, que os identifica com facilidade, mas o psicopata, este ser abjeto, vil, perverso, frio, inescrupuloso, continuará ceifando vidas, roubando o sossego dos bons, pisando os crédulos e deixando perplexos os que têm em Deus, na ética e na solidariedade humana a sua razão de viver.

A marca registrada do psicopata é não ter nenhuma marca ou estigma que o identifique. Ele, porém, pode se revelar com tempo de convivência por uma característica típica de não amar verdadeiramente o próximo (ele nunca tem amigos, mas aliados temporários para satisfazer os seus caprichos).

O louco não tem consciência dos males que possa cometer. Os bons sofrem quando erram ou atingem alguém. O psicopata sabe do mal que faz ou pretende fazer, diferenciando-se porque não tem sentimento de culpa, e se o demonstrar será por puro teatralismo bem ensaiado.

O louco e o normal são perceptíveis nas suas intenções; o psicopata só mostra a sua face na hora do ataque (ou depois dele). Os seus transtornos de personalidade podem levá-lo, com frieza e perversidade, a comportamentos e atos anti-sociais gravíssimos. Tem o comportamento dissimulado e traiçoeiro dos escorpiões, que na sua natureza perversa e ingrata, mata o seu salvador sem dó nem compaixão. O psicopata engana com perfeição, mente descaradamente, conta vantagens, quase sempre é megalomaníaco. Nem sempre, entretanto, é truculento, valentão ou assassino. Vive em sociedade, sem aparência de mau ou visíveis estigmas de degenerescência lombrosianas do criminoso nato. Se esconde até na vida clerical (padres e pastores vigaristas) ou como líderes políticos enganadores, ou administradores públicos reiteradamente desonestos. Vampiriza as almas alheias e rouba a felicidade do próximo.

Etimologicamente o psicopata pode ser sinônimo de personalidade amoral, personalidade anti-social, personalidade dissocial, personalidade psicopática ou sociopata. Sejam quais forem as definições, o importante é caracterizá-lo como arruinador de vidas inocentes, parasita que suga a felicidade dos outros, sem sentimento de culpa ou arrependimento.

Esse tipo de indivíduo (ou animal irracional) não se importa de martirizar, torturar, enganar, estuprar, assassinar alguém, que, para ele, tanto faz ser inimigo, amigo, parente próximo ou distante.

Os psicopatas são atores nefastos, mentirosos, cínicos, que confundem o fato com a versão, sobrevivem da enganação, da dissimulação, do engodo.

Quando se fala em psicopata a primeira imagem que vem é unicamente a do indivíduo homicida. Não é verdade! O estelionatário e o fraudador, o criminoso do colarinho branco, o corrupto contumaz, podem, quase sempre, ser psicopatas. Sabem eles que dos seus atos alguém ou muitos serão destruídos. Todavia, o psicopata continuará impassível, impiedoso e frio. Importa-lhe apenas a satisfação dos seus caprichos, da sua tara, peçonha, virulência e perfídia. Em suma: seu vampirismo egoísta e destruidor.

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Adalberto Targino, Procurador do Estado, membro da Sociedade Brasileira de Direito Criminal, da Academia Brasileira de Ciências Morais e Políticas e da ALEJURN, escreve neste espaço às sextas-feiras.

A BELEZA E A ARTE DA ADVOCACIA - CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES

A BELEZA E A ARTE DA ADVOCACIA
Carlos Roberto de Miranda Gomes, escritor e advogado*

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Rio Grande do Norte, cumprindo a sua missão institucional, e consciente da responsabilidade dos seus filiados para a garantia dos direitos subjetivos individuais, bem assim da Corporação, como um todo, na condição de fiadora da Democracia e da prestação jurisdicional, vem tomando a iniciativa de ministrar um Curso de Iniciação à Advocacia, como apoio ao advogado recém inscrito.

Neste ano, a sétima versão do Curso ocorrerá nos dias 06 a 08 de março corrente, no auditório da Assembleia Legislativa, contando com a participação de vários causídicos e professores de Direito, sempre com início às 19 horas.

Fui honrado com o convite para iniciar a reunião do último dia do evento, desenvolvendo o tema “Beleza da Advocacia e a Importância do Trabalho pela Classe”.

Em minha fala, pretendo orientar os novos colegas para os percalços da profissão, que começa com o próprio sacrifício na formação acadêmica e a necessidade de uma dedicação especial, pois o seu exercício impõe a defesa da liberdade e dos direitos individuais, daí a exigência da comprovação do domínio do conhecimento jurídico através do exame de ordem, ainda combatido por alguns, mas justificado pela maioria.

Também, em minha participação faço advertências sobre a dureza da profissão e os desencantos que, muitas vezes, ela nos apresenta. Para isso, deve existir uma boa formação psicológica de maneira a permitir a persistência, o aperfeiçoamento e a convivência pacífica com os demais colegas no antagonismo natural das disputas judiciais.

Outro aspecto fundamental do meu discurso é aquele que se volta para conscientização de que a Advocacia, juntamente com a Magistratura e o Ministério Público, forma o tripé da garantia da Justiça, a teor do mandamento constitucional pátrio, que assim estatui:

“Art. 133. O Advogado é indispensável à administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.

Este particular aspecto não tem merecido uma compreensão exata de alguns integrantes do Judiciário e MP, algumas vezes quebrando o equilíbrio ético entre os que labutam na operacionalidade do Direito. Nesse ponto, o advogado deve ser inflexível e, quando sua atuação individual não recebe eco, deve se socorrer da sua Corporação de Ofício, mas nunca descurando dessa assertiva consagrada pela Lei Maior do País.

No desenrolar de sua atividade, o advogado deve administrar bem o seu tempo para evitar o desgaste, lembrando que é de domínio público a ideia de que “O advogado não tem horas. As suas horas são as dos seus clientes e cada cliente é um patrão que entende que o seu assunto deve passar por cima de todos os outros”. Contudo, tal postura deve ser tomada com a devida cautela, pois disso dependerá a manutenção do seu necessário equilíbrio.

Outro ponto de importância vital prende-se ao conhecimento preciso dos direitos e deveres que a profissão impõe, exigindo uma atuação ética para evitar o perigo iminente de posturas que podem levar a um resultado inesperado - a advocacia, bem exercida, é um poder; mal exercida, uma vergonha.

O Advogado, enfim, representa o oxigênio e o hidrogênio dos pulmões da Nação. Sem ele, a liberdade definha e morre, porque a legalidade não se liberta, na expressão feliz de Francisco Vani Bemfica.

Concluo sempre com a expressão do imortal Prado Kelly, na sua obra “Missão do Advogado”, que preservo nos meus 43 anos de profissão:

“Só há justiça, completemos, onde possa haver o ministério independente, corajoso e probo dos advogados. Tribunais de onde eles desertem senão menos o templo do que o túmulo da Justiça”.
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* Membro Honorário Vitalício da OAB/RN