terça-feira, 8 de maio de 2012

SOBRE O PATRONO DE JOSÉ RIBAMAR DE AGUIAR, POR CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES.

CARLOS ROBERTO DE MIRANDA GOMES

FERNANDO DE MIRANDA GOMES

Nada deveria acrescentar às homenagens prestadas pelo Acadêmico José de Ribamar de Aguiar, na sua fala em elogio ao Patrono.
Contudo, como irmão, registro alguns mínimos detalhes que merecem ser complementados, como o fato do seu nascimento em Natal, no dia 17 de dezembro de 1928, mas registrado equivocadamente como nascido em 17 de fevereiro de 1928 (possivelmente confundido com o mês do registro).
Formando-se em Direito na Faculdade de Direito de Alagoas, logo iniciou a sua labuta nas lides forenses na condição de Adjunto de Promotor da Comarca de Nova Cruz, onde fez amizade com inúmeros magistrados, em particular com Dr. Joaquim das Virgens, de todos recebendo carinho e compreensão e angariando respeito no meio jurídico, o que lhe valeu sucesso em todas as atividades jurídicas, como grande advogado e consagrado Procurador do Estado, ocupando várias vezes a Procuradoria-Geral, independentemente de facções políticas.
Foi cogitado para ser desembargador, na vaga dos advogados, mas declinou do convite por entender ser muito jovem e com pouca experiência, tendo sido nomeado, em seu lugar, o renomado causídico Dr. Wilson Dantas.
No correr de suas missões sempre demonstrou uma inclinação na mesma trilha do “velho pai”, tornando-se um civilista exímio, com muitos estudos publicados, além de peças advocatícias notáveis, como é exemplo o texto reproduzido no livro “Testemunhos”, que escrevi nas comemorações do centenário de nascimento do nosso Desembargador José Gomes da Costa. Deixou, ainda, obra inédita sobre Introdução à Ciência do Direito, que me serviu quando estudante de Direito, o qual nunca quis publicar, guardando a exagerada modéstia herdada de papai.
Além de advogado brilhante, teve uma notável carreira pública, como Chefe da Casa Civil do Estado no Governo Lavoisier Maia, Procurador Geral do Estado em vários governos, Juiz do Tribunal Regional Eleitoral e Conselheiro da OAB/RN, com atuação na assistência aos presos políticos oriundos de 1964. Na iniciativa privada foi, por muitos anos, Diretor Geral do SENAC.
A única coisa que não lhe foi facilmente acenada foi o dinheiro, porque nunca vendeu sua consciência ética, mas o que juntou foi sólido, porque sofrido e suado.
Fernando teve dois matrimônios – o primeiro com a Senhora Selma Dantas, do qual nasceram Lúcia Maria Dantas Gomes e Renato Dantas Gomes; do segundo, com Ieda Macêdo de Miranda Gomes nasceram Maria Ligia e Fernando de Miranda Gomes Filho, os quais lhe deram as netas Maria Fernanda, Luíza e Alice e os netos Fernando Neto e João Pedro. As duas primeiras netas ele chegou a conhecer, que o ajudaram a amenizar os seus sofrimentos no final da vida, juntamente com os parentes e amigos que o confortavam e confraternizavam na brisa amena dos veraneios de Cotovelo.
Foi, indiscutivelmente, um paradigma de homem de bem, e as homenagens que lhe têm sido prestadas são merecidas, inclusive a criação pela Procuradoria Geral do Estado da medalha que tem o seu nome. Deixou lacuna e saudades.

Carlos Roberto de Miranda Gomes

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